Aryane Braga Costruba
Empresa familiar nada mais é que a criação de um negócio por membros da mesma família, por meio da qual muitas vezes, no início, a gestão e o operacional são realizados diretamente pelos membros da família que fundaram o negócio.
No entanto, com o passar do tempo e o crescimento do negócio familiar, aquela organização que no início funcionava muito bem com os membros da família atuando diretamente no negócio, pode não funcionar mais tão bem como no início.
Mas muitos podem pensar, se funcionou até agora e gerou a ampliação do negócio, o porquê não funcionaria mais?
A realidade é que a necessidade de mudança no formato organizacional decorre automaticamente da expansão do negócio, bem como da sucessão familiar, pois muitos desafios se iniciam a partir destes gatilhos, que se não organizados há tempo, podem gerar aspectos negativos fazendo a empresa estagnar ou até mesmo regredir.
A contratação de novos funcionários, abertura de filiais, celebração de novos contratos, dentre outras necessidades decorrentes do crescimento, são fatores que geram novos desafios aos sócios, gestores e seus funcionários, de modo que para se manter a cultura, valores e princípios criados pelos fundadores, bem como a qualidade do serviço prestado ou produto vendido, referidas regras, devem estar reguladas por meio de políticas internas que determinarão, de forma clara e transparente, todos os processos e responsabilidades dos membros da empresa de modo que ninguém tenha dúvidas sobre os procedimentos a serem seguidos, bem como suas responsabilidades.
Outro ponto de grande relevância é a sucessão familiar, ou seja, a transmissão da propriedade da empresa para as próximas gerações. Em alguns casos, com a sucessão os herdeiros se tornam proprietários daquela empresa e podem não ter o interesse em se manter na administração do negócio e nem mesmo no operacional, por possuir outra profissão ou até mesmo por não ter habilidades profissionais para a atuação no dia a dia empresarial. Não obstante são considerados sócios, sócios investidores, precisando ter a transparência e ciência do trabalho que está sendo realizado de modo a ter informações suficientes para tomar suas decisões, resguardando seus interesses.
Desta forma, a criação de regras entre os sócios ou acionistas, por meio de criação de holding, acordo de sócios ou acionistas, criação de conselhos fiscais e consultivos, plano de treinamento e capacitação dos novos sócios que porventura atuem no negócio, dentre outras políticas internas de sucessão, tornam o negócio profissionalizado, evitando assim eventuais conflitos entre os sócios.
As questões tipicamente familiares não irão interferir no negócio.
A criação de políticas internas e regras entre os sócios ou acionistas trazem segurança e transparência para todos os envolvidos, seja funcionários, gestores, sócios e até mesmo terceiros, como cliente, fornecedores etc.
No mundo coorporativo isso é chamado de Governança Corporativa, que nada mais é que um conjunto de condutas e processos que tem por finalidade promover a transparência dentro da empresa e assim garantir que as pessoas que dela participam, direta ou indiretamente, possam atuar em conformidade com as boas práticas, princípios, estatuto ou contrato social, acordo de sócios ou acionistas, código de ética e conduta, políticas internas, bem como de acordo com a legislação a que a referida empresa está submetida.
A implementação de uma governança familiar assegura a sustentabilidade do negócio gerando credibilidade para seus clientes e impactando de forma positiva no crescimento do negócio.
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